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A Cidade e o Mar
02:17
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Cena I
03:49
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Cena I
(Nico Antonio)
"E o paquiderme retorna à cidade..."
Há silhuetas difusas
Tocam-se pra se encontrar
Numa cidade avarenta que só gera filhos de histórias iguais
Não há passado ou futuro
Só um presente irreal
Colecionar bibelôs, duplicatas chinesas dos seus ancestrais
Eu quero ver o mar
Eu quero ver o mar
Um prédio cheirando a novo
Ela hesitou em mudar
Trouxe na mala desenhos e sonhos e outras miudezas banais
Ele achou graça naquilo
Logo depois se esqueceu
Dias tão curtos exigem empenho em futilidades reais
Eu quero ver o mar
Eu quero ser o mar
“E o paquiderme retorna.
Com olhar embotado, o elefante sobe às terras do rei,
que já não é mais rei, mas ainda é senhor.
Traz um coração do tamanho de uma melancia
e uma cabeça que de nada se esquece,
pois o mundo sempre precisará de fábulas.
Quando partiu, levou consigo a morte de sábios cegos:
No afã de compreender aquela criatura,
tatearam seu corpo com mãos sedentas,
sentindo e descrevendo cada qual a sua respectiva parte.
Incrédulos das dissonâncias, putos pelo orgulho,
Jogaram-se uns aos outros em uma incabível fatalidade
Tromba orelha, patas, presas... o quê afinal é um elefante?
Mas os sábios se calam, já não há mais sábios
Os que existiam, morreram no isolamento,
calados pelos silêncio da solidão.
E assim é o retorno do elefante:
ninguém mais é desejoso de conhecê-lo.
Por ignorância preguiçosa,
ou pelos saber último da incapacidade de apreendê-lo”.
Eu quero ver o mar
Eu vou fugir pro mar
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3. |
Bem-Vinda
03:37
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Bem-Vinda
(Nico Antonio)
Vem, olha essa avenida
Moça, e vê
Os faróis dos carros
Trazem paz
E cada janela
É um universo a se concretizar
É, moça você ainda
vai gostar daqui
Entender como é
O nosso amor
E vai perceber
A poesia que há na solidão
Meu bem...
A inocência nubla seu olhar
Você verá...
É, abre as cortinas do passado
Algema ao tronco e marca o gado
Se quer progresso
Com o sangue deve-se adubar
Meu bem
O seu marido está com a razão
Pra te instruir
“Paquiderme: substantivo simbólico-metafórico;
1. Antigo nome da ordem dos "ungulados"
2. Do grego pakchydermos, «de pele grossa», diz-se de seres de pele espessa, dura ou rugosa, seja ela física ou emocional. São exemplos de paquidermes, elefantes, hipopótamos, burocratas, niilistas, entre outros.
3. Seres míticos que tem o fardo de carregar em si a existência do mundo;”
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Nico Antonio e os Filhos do Mar Brazil
Brazilian Rock Opera, from São Paulo-Brazil.
Ópera Canção de musicalidade brasileira.
Grupo de São Paulo, Brasil.
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